Se você já se deparou com a técnica de treino de musculação conhecida como Super Slow, sabe que ela envolve a execução de movimentos de maneira deliberadamente lenta e controlada, aumentando tanto a tensão quanto o tempo sob carga. Neste guia abrangente, exploraremos a origem dessa técnica, seus benefícios e como você pode incorporá-la de forma eficaz à sua rotina de treinos.
Desenvolvida na década de 80 pelo médico americano Ken Hutchins, a técnica Super Slow teve sua origem em estudos sobre os efeitos da musculação na prevenção da osteoporose. Hutchins notou que, ao reduzir a velocidade dos movimentos, não apenas os músculos eram mais intensamente estimulados, mas também havia uma redução significativa no risco de lesões.
A técnica Super Slow caracteriza-se pela execução de cada repetição em um período de 10 segundos, divididos em 5 segundos na fase concêntrica (quando o músculo se contrai) e 5 segundos na fase excêntrica (quando o músculo se alonga). Adicionalmente, não há pausas entre as repetições ou séries, mantendo o músculo sob tensão constante.
A implementação da técnica Super Slow pode proporcionar diversos benefícios, especialmente para aqueles que buscam hipertrofia, força e resistência muscular. Vamos explorar alguns desses benefícios:
A técnica Super Slow favorece um maior recrutamento de fibras musculares, particularmente as do tipo 2. Essas fibras são responsáveis pela força e pelo crescimento muscular, resultando em ganhos mais expressivos.
O processo de formação de novas fibras musculares, conhecido como síntese proteica, é acentuadamente estimulado pela técnica Super Slow. Isso contribui para o desenvolvimento muscular de maneira mais eficaz.
Ao manter o músculo contraído por períodos prolongados, a técnica Super Slow exige um maior consumo de energia. Isso resulta em um aumento do gasto calórico durante o treino, contribuindo para a queima de gordura e o condicionamento físico.
A redução da velocidade dos movimentos na técnica Super Slow minimiza o impacto nas articulações e tendões, reduzindo assim o risco de lesões. Isso torna a técnica mais segura, especialmente para aqueles propensos a problemas articulares.
A execução lenta e controlada dos movimentos na técnica Super Slow exige um maior controle e consciência corporal. Manter a postura e a respiração adequadas durante todo o movimento é essencial, contribuindo para um treino mais eficaz.
Embora a técnica Super Slow possa ser incorporada a praticamente qualquer exercício de musculação, é essencial seguir algumas recomendações para otimizar os resultados. Aqui estão algumas orientações práticas:
Utilize uma carga inferior àquela que você usaria em uma abordagem convencional, pois a técnica Super Slow demanda mais esforço muscular. Uma boa referência é empregar cerca de 50% da carga máxima levantada em uma repetição tradicional.
Realize menos repetições e séries do que o habitual, pois a técnica intensifica o volume de treino. Recomenda-se entre 4 e 6 repetições por série e de 1 a 3 séries por exercício.
Execute os movimentos com precisão e sem recorrer ao impulso. Mantenha a contração muscular ao longo de todo o movimento, evitando balançar o corpo ou utilizar a inércia para facilitar o movimento.
A técnica Super Slow vem se destacando como uma das mais inovadoras abordagens em treinamento de força e condicionamento físico. Esta técnica consiste na execução de movimentos de maneira extremamente lenta, o que aumenta a tensão no músculo, resultando em um trabalho muscular mais profundo e intenso. Pesquisas indicam que essa abordagem pode maximizar a estimulação das fibras musculares, levando a melhorias significativas em termos de hipertrofia, força e resistência muscular.
É importante mencionar que a técnica Super Slow não é apenas para atletas de elite ou culturistas profissionais. Ela é adaptável e pode ser benéfica para praticantes de musculação de todos os níveis. Ao desacelerar os movimentos, os praticantes podem experimentar uma nova forma de estresse muscular que desafia o corpo de maneira diferenciada, promovendo adaptações positivas.
No entanto, devido à sua intensidade, essa técnica impõe uma carga maior sobre os músculos e o sistema neuromuscular como um todo. Portanto, o respeito aos intervalos de descanso se torna ainda mais crítico. Garantir tempo suficiente para recuperação entre as sessões de treino é essencial para permitir que os músculos se reparem e se fortaleçam. A recomendação de um intervalo de descanso de pelo menos 48 horas entre os treinos do mesmo grupo muscular deve ser considerada um componente fundamental do programa de treino Super Slow.
A implementação da técnica Super Slow em sua rotina de exercícios deve ser feita de maneira progressiva. Iniciar com cargas mais leves e volume de treino moderado é uma boa prática para que o corpo se acostume com as demandas específicas desse método. A medida que o praticante se adapta, aumentos graduais na carga e no volume do treino podem ser introduzidos.
Além disso, o acompanhamento de um profissional de educação física é altamente recomendável. Um treinador qualificado pode oferecer orientações personalizadas, ajustar adequadamente as variáveis de treino e assegurar que a técnica esteja sendo aplicada corretamente. As instruções de um profissional também são fundamentais para evitar erros de execução que podem levar a lesões.
A técnica Super Slow é mais do que um método de treino; ela representa uma filosofia que enfatiza a qualidade e o controle em detrimento da quantidade e da velocidade. É um convite para que os praticantes se conectem mais profundamente com seus corpos, entendendo e sentindo cada movimento. Ao abraçar essa abordagem com mente aberta e determinação, os resultados podem ser surpreendentes tanto para o físico quanto para a mente.
Experimentar a técnica Super Slow pode ser o estímulo que faltava na sua rotina de treinos. Ao se comprometer com uma execução regrada e uma escuta ativa do seu próprio corpo, a jornada em direção ao fortalecimento e crescimento muscular pode se tornar uma experiência verdadeiramente transformadora e gratificante.
O método “super slow”, que se tornou popular na musculação desde os anos 80, continua sendo explorado por profissionais que o adaptam de formas variadas. Mas será que a execução lenta dos exercícios realmente leva a um aumento significativo na hipertrofia?
O treinamento super slow consiste em realizar exercícios de maneira extremamente lenta, com cada fase do exercício, seja de elevação ou descida da carga, durando de 5 a 10 segundos. Alguns adeptos dessa técnica chegam a prolongar cada fase por mais de 15 segundos. A ideia é focar na contração muscular, independentemente da quantidade de carga, na esperança de recrutar mais fibras musculares e alcançar a falha muscular de forma segura, teoricamente levando a maiores ganhos em hipertrofia.
Embora a lógica do método super slow pareça sólida, estudos científicos que compararam sua eficácia com os treinos convencionais não confirmaram as expectativas. Na verdade, em alguns casos, o super slow se mostrou menos eficaz. A ativação muscular, essencial para o crescimento muscular, foi menor em repetições muito lentas, contradizendo a ideia de que mais fibras seriam ativadas. Pesquisas indicam que a execução controlada dos exercícios é importante, mas a sobrecarga muscular também é crucial para a hipertrofia.
O super slow pode ser útil em situações específicas, como no treinamento de músculos que requerem uma conexão mente-músculo mais forte, ou como uma opção para aqueles em recuperação de lesões, pois minimiza o impacto nas articulações.
Embora o super slow possa ser útil em determinados contextos, seu uso direto para a hipertrofia é limitado. Existem várias outras técnicas com maior suporte científico. É importante não confundir repetições lentas e controladas, que são benéficas para a hipertrofia, com o método super slow, que envolve uma execução extremamente lenta do exercício, muitas vezes estendendo cada fase por 10 segundos ou mais.
Para obter ganhos consistentes em hipertrofia, é fundamental escolher estratégias comprovadas e apoiadas por evidências científicas.
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